A três

A pretexto da consulta da R. no pediatra, hoje fomos jantar juntos: mãe, pai, e o nosso pequeno tesouro. Não nos cumprimentámos, mantendo a (estranha) tradição iniciada quando nos separámos. Quase não nos olhámos nos olhos. As conversas foram pouco mais que circunstanciais. A nossa amizade nunca será normal... Há demasiada(s) história(s) lá para trás, no nosso passado. Há o peso do "para toda a vida" prometido e não concretizado. Há demasiadas diferenças, ampliadas depois do divórcio, e que fazem com que a nossa relação se assemelhe, por vezes, a um campo minado, no qual nunca se sabe onde ou quando vai ocorrer a próxima explosão.
Mas há duas coisas bem mais importantes que tudo isto: ambos colocamos a nossa filha acima de tudo... e cada um de nós apenas deseja tudo de bom ao outro. Tenho plena convicção de que assim é.
Foi agradável, apesar de estranho. O luminoso sorriso da R. e a felicidade que se sentia nela por poder dar a mão ao pai e à mãe ao mesmo tempo, fez com que cada segundo valesse a pena!

Até sempre,
Cookie

Comentários

Smurf disse…
lindo e muito corajoso. um dia também gostava de poder escrever algo de parecido. A tua descrição de campo minado é aquilo que eu também penso vezes sem conta, e com muita pena minha. Mas ver a alegria da R. deve valer a pena vestir-se o fato para desarmar minas! :-) Força, pelas pequenas vale o esforço. Um dia, espero também tentar e conseguir! Bjs
Anônimo disse…
deve ser bastante complicado...
sei disso porque hoje apercebo.me do que a minha mãe sofreu para poder conviver com o meu pai. só para me ver a mim e ao meu irmão felizes!
Tudo isto estando o meu pai sempre com o namorado ao lado (o namorado, sim... ainda deve ter custado mais!)

beijinho

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