Regresso à realidade

Depois de uma deliciosa semana de férias a três, em que a frase que mais ouvi à minha filha foi: "gosto muito de ti", regresso a casa e o D. volta para a terra dele. Depois do almoço a 4 gerações do dia da Mãe, levo a R. para casa do pai, que já não via há vários dias. À noite, quando devia estar a voltar para junto de mim, telefonam-me, e a R. diz-me que quer ficar com o pai, tranquila mas firmemente pergunta-me se pode lá ficar... pouco falou comigo. Sem argumentos, mas com o coração já bem pequenino, digo que sim, e ofereço-me para ir levar as coisas dela a casa do pai.
E chegada lá confirmo que a nova companheira do pai, e primeira que ele leva ao convivio da filha, da qual tomei conhecimento mesmo antes de ir de férias, também lá está. Chegada ao espaço que antes eu ocupava, eles são a familia, e eu é que me sinto uma estranha.
Quero fazer isto bem, no interesse da minha filha, mas às vezes sinto que não sou suficientemente forte, racional ou fria para isso...
Gostava que me anestesiassem, para que na véspera do regresso ao trabalho, eu conseguisse dormir tranquilamente, sem pensar que estou sozinha, e que é uma completa estranha (pelo menos para mim), que hoje vai aconchegar os lençois à minha filha e dar-lhe o beijo de boa noite... Para não pensar que desde que esta pessoa entrou na nossa vida eu perdi um pouquinho da minha filha, e nem o delicioso convivio em férias conseguiu alterar esta realidade.

Como se consegue dividir, com tranquilidade e racionalidade, uma parte de nós?

Peço desculpa a quem por aqui passar, este é um desabafo muito pessoal, mas tinha que o fazer. Não aguentava com isto dentro de mim...

Até sempre,
C&C

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