No inicio de 2012, gostava de dizer...

... que não vou deixar que nada nem ninguém perturbem a minha felicidade. Passei as passas do Algarve, já sofri muito, chorei muito, já me desiludi, já percebi que coisas que pareciam sonhos afinal eram pesadelos dos quais não conseguia acordar. Por muitas vezes já me perguntei "mas porquê a mim", já várias vezes me assustei em momentos de acalmia por pensar "o que é que será que me vai acontecer agora". Já vivi as minhas dores e as dos que me são queridos. Já engoli muitos sapos. Já tentei comprender o incompreensível, já tentei aceitar o inaceitável. Já aceitei que as pessoas não são perfeitas, e já me surpreendi ao perceber a dimensão das suas imperfeições. Já fingi não saber de coisas para não assumir o peso de verdades demasiado dolorosas, e cujas consequências teriam que ser dramáticas...enquanto chorava em silêncio.

Já me surpreendi com a frieza, a objetividade e o sentido prático que fui ganhando ao lidar com situações delicadas. Sem dúvida que é com as coisas más que se aprende, que nos tornamos pessoas mais fortes e mais resistentes. Não sei se seria capaz de retirar ensinamentos das coisas boas se não tivesse passado por tantas experiências negativas. Mas assumi um lado frio e duro que (infelizmente) descobri que tenho... e que às vezes me assusta.

Sei bem quais são as cruzes que tenho que carregar e já não me surpreendo quando o peso delas se torna subitamente mais evidente e quase impossível de suportar.

Eu vou continuar a ser feliz. Porque tenho na minha vida tudo o que preciso para isso. O resto... bem, o resto são as tais pedras no caminho, que vou recolhendo e com as quais estou a construir o meu castelo. Com calma, serenidade, inteligência e bom senso... eu terei capacidade de enfrentar qualquer batalha... mais esta batalha...



Até sempre,

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