Quando saí da primeira empresa onde trabalhei, um dos meus colegas escreveu no postal de despedida que aquilo que mais admirava em mim era o facto de eu nunca ter perdido a capacidade de sorrir. Nunca me esqueci disto, porque, apesar de nem sermos muito próximos, eu vivia nessa altura a pior fase da minha vida, tinha perdido o meu pai há poucos meses e a doença da minha mãe já era bem evidente. Que numa altura tão negra, alguém destacasse o meu sorriso como um dos meus pontos mais fortes, era um enorme elogio, apesar de me parecer estranho. Hoje de manhã, quando vestia a R., que acordou muito bem disposta, e me deixava contagiar pelo seu sorriso, apesar de ser segunda-feira, pensava que, sendo nós parecidas ou não (é tema que não suscita consensos), uma coisa ela sem dúvida herdou de mim. Um sorriso sempre presente, limpido, transparente e contagiante... Simplesmente delicioso... Que, tal como eu, o saiba manter sempre... Até sempre, Cookie