Sobre o aumento da TSU
Bem que eu não queria falar sobre isto, mas realmente é um assunto que me tem ocupado bastante o pensamento, enquanto não começa a desocupar a carteira... Mas agora que estou a ouvir o Ministro das Finanças a falar, não consigo evitar o tema.
Apenas para dizer que quando os próprios empresários, supostamente a parte que é compensada e estimulada por esta medida (visto que as empresas vão reduzir a TSU paga em 5,5%) estão contra, apetece perguntar em que raio de estudos é que os nossos governantes se andam a basear (provavelmente pagos a peso de ouro) para pensarem em semelhante disparate. A redução da TSU nas empresas por si só até pode ser positiva, mas qualquer pessoa minimamente inteligente consegue perceber que as empresas vivem do poder de compra das pessoas. Ou seja, ao aumentar a taxa nos assalariados, reduz o poder de compra de parte significativa da população. Todos nós vamos consumir menos. Logo a faturação das empresas vai reduzir. E pergunto eu, o que terá mais impacto numa PME (o grosso do nosso tecido empresarial): uma redução de custos na ordem dos 500 /1.000 € mês, ou uma quebra de faturação na ordem dos 7%?
É uma cegueira tal que se apoderou desta gente, estes que aquando da queda do governo de Sócrates se insurgiam com todas as suas forças contra novas medidas de austeridade, que se esquecem que a economia precisa de estimulos. Todas estas medidas restritivas mais não fazem que reduzir o consumo e o investimento, e por inerência a receita fiscal. Por mais que se reduza a despesa (e aqui tenho dúvidas que esteja a ser feito um trabalho correto, acho que há muitos apoios, subvenções, subsídios que não fazem qualquer sentido quer na sua natureza quer no montante), se a receita fiscal continuar a derrapar não há consolidação orçamental possível.
Sempre me identifiquei com a direita e politicas de direita, mas sinceramente nos ultimos tempos sinto-me cada vez mais identificada com as medidas defendidas pelo BE e PC. E não sei se não seriam os unicos capazes de moralizar a classe politica, que vergonhosamente se tem mantido à margem da austeridade...
Até sempre,
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