Instantes - uma lição de vida
Se pudesse viver de novo a minha vida,
Tentava dar mais erros da próxima vez,
Não tentava ser tão perfeito,
Relaxava mais.
Seria mais tolo do que fui.
Na verdade, levava muito pouca coisa a sério
Seria menos higiénico.
Corria mais riscos,
Viajava mais,
Contemplava mais entardeceres,
Escalava mais montanhas, nadava em mais rios.
Ía a muitos outros lugares onde nunca fui,
Comia mais gelados e menos favas.
Teria mais problemas reais e menos imaginários.
Fui daquelas pessoas que viveu sensata e
Plenamente, cada minuto de sua vida;
É claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar atrás, tentava
Viver apenas os momentos bons.
Porque, se não sabem, é deles que a vida se faz;
De momentos, apenas: Não percam o agora.
Eu fui daqueles que jamais
Ía a algum lado sem um termómetro,
Uma botija de água quente,
Um chapéu de chuva e um pára-quedas;
Se pudesse voltar a viver, viajava mais leve.
Se pudesse voltar a viver,
Começava a andar descalço no inicio da Primavera
E andaria descalço até ao fim do Outono.
Dava mais voltas de carrossel,
Contemplava mais madrugadas,
E brincava com mais crianças,
Se tivesse uma vida à minha frente, outra vez.
Mas já viram que tenho 85 anos
E sei que estou a morrer.
José Luis Borges
1899-1986
Tentava dar mais erros da próxima vez,
Não tentava ser tão perfeito,
Relaxava mais.
Seria mais tolo do que fui.
Na verdade, levava muito pouca coisa a sério
Seria menos higiénico.
Corria mais riscos,
Viajava mais,
Contemplava mais entardeceres,
Escalava mais montanhas, nadava em mais rios.
Ía a muitos outros lugares onde nunca fui,
Comia mais gelados e menos favas.
Teria mais problemas reais e menos imaginários.
Fui daquelas pessoas que viveu sensata e
Plenamente, cada minuto de sua vida;
É claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar atrás, tentava
Viver apenas os momentos bons.
Porque, se não sabem, é deles que a vida se faz;
De momentos, apenas: Não percam o agora.
Eu fui daqueles que jamais
Ía a algum lado sem um termómetro,
Uma botija de água quente,
Um chapéu de chuva e um pára-quedas;
Se pudesse voltar a viver, viajava mais leve.
Se pudesse voltar a viver,
Começava a andar descalço no inicio da Primavera
E andaria descalço até ao fim do Outono.
Dava mais voltas de carrossel,
Contemplava mais madrugadas,
E brincava com mais crianças,
Se tivesse uma vida à minha frente, outra vez.
Mas já viram que tenho 85 anos
E sei que estou a morrer.
José Luis Borges
1899-1986
Até sempre,
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Comentários
Se pudesse voltar atrás, também mudaria algumas coisas...
Beijinho terno